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Projeto que já levou cerca de 2 mil pianos para as ruas de 70 cidades do mundo chega a Belo Horizonte
07/11/2023
Antes, os instrumentos foram transformados em obras de arte por pintores mineiros. Alguns pianistas são convidados para fazer pequenas apresentações sem hora marcada.

Belo Horizonte está convidando as pessoas para fazer uma pausa quando caminham pela cidade.

No corre-corre da estação do metrô, tem gente que nem repara. Para mineiro desconfiado. Os pianos estão à disposição para quem quiser tocar.

“Eu estou me sentindo uma pianista. É muito gostoso, diferente”, diz a técnica em química Ângela Maria Ferreira.

O projeto é ideia de um artista do Reino Unido, que desde 2008 já levou cerca de 2 mil pianos para as ruas de 70 cidades do mundo e, agora, chega a BH. Antes, os pianos foram transformados em obras de arte por pintores mineiros.

Eles foram espalhados em vários cantos da cidade: seis lugares simbólicos, como na Lagoa da Pampulha, por onde muita gente passa. E não é o enfeite, é convite. É uma forma de fazer essa arte chegar aos ouvidos do maior número possível de pessoas.

“Nem todo mundo tem acesso a esse instrumento. A ideia é descentralizar, popularizar um instrumento que é tão bonito e poucas pessoas conhecem”, explica Filipe Guimarães, presidente do Espaço de Cultura e Arte.

Na rodoviária, enquanto o ônibus não vem, a música vira companhia.

“Achei que era alguma coisa que tinha que pagar, mas aí eu vi que era de graça. Melhor ainda”, diz a sinaleira Deusilene Nascimento.

Na Praça da Liberdade, cartão postal da cidade, os acordes ganharam até acompanhamento de canto lírico.

“Eu vi o piano, falei: ‘Gente’. Aí começamos, vamos tocar aquela, canta aquela, canta aquela outra. De repente, eu estava aqui com a plateia batendo palma. Olha que coisa boa”, conta o cantor lírico Pedro Vianna.

Alguns pianistas são convidados para fazer pequenas apresentações sem hora marcada.

“Acho que é o poder de conectar mesmo, de você parar o momento e sentir às vezes o que você não estava lembrando ou resgatar algumas emoções que estão por aí perdidas no meio do caminho”, diz a pianista Ludmilla Cunha.

A melodia guiou Izabela até o piano às margens da lagoa da Pampulha, e um dia comum virou memória.

“É incrível! Eu não sei, só tentei. Mas achei muito legal, ainda mais com essa vista assim. É muito gostoso”, vibra ela.

Fonte: Jornal Nacional

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